Em 2013 eu bati o pé e falei que seria um ano diferente! A
primeira coisa que me passou na cabeça foi participar de corridas de rua, nunca
fui aquelas de correr quilômetros e muito menos de ter um fôlego danado, já que
tenho desvio de septo e sobre peso, o fôlego me falta e já estou eu toda
afobada.
Um belo dia estava ouvindo Jovem Pan, quando eles falaram da
corrida que haveria em Praia Grande de 5 e 10km e o melhor a corrida
aconteceria de noite. Com direito de balada pós-corrida, fiquei hiper empolgada
e queria correr, mesmo não estando preparada fisicamente.
Quando me deparei com o valor no site eu quase caio para
trás, como assim correr 5km por R$75,00 eu corro 5km de graça e como eu não
havia colocado tal valor na ponta do lápis acabei deixando para lá e não
correr.
Foi então um dia antes da corria em plena sexta-feira, uma
colega de trabalho me falou que não iria mais correr, por motivos pessoais e
como eu estava interessada em correr, se eu não queria correr no lugar dela.
Porém ela tinha dois kits em mãos, o dela e o do marido. Peguei os dois kits
sabendo que correria com o nome dela no meu peito (não façam isso!) e precisava
de algum homem para entregar o outro kit, enquanto o namorado não tomava a
decisão de ir ou não comigo, me preparei psicologicamente para ir sozinha e
conseguir correr/andar rapidinho para os 5km.
Sábado o dia estava nublado, com chuva e um vento chato. De
manhã todos estavam perguntando “Você vai correr, neste tempo?” e eu sempre
respondia “Claro que vou, eu não sou de açúcar.” Cinco horas antes da prova, o
namorado liga e pergunta se pode ir comigo, então vamos (mentira eu questionei
tanto o porquê ele havia mudado de opinião), ele chega à minha casa, todo
pronto para uma maratona e meu pai pergunta de novo...”Vocês vão correr nesse
tempo?” Mais uma vez eu repito “Claro
que vamos, não somos de açúcar!” Pegamos chuva de moto até chegar ao local da
corrida e a cada minuto próximo do local da corrida eu pensava comigo. “Caramba
ele me ama mesmo, vai correr comigo na chuva!” Chegamos ao local da prova,
estacionamos a moto, colocamos o número na camisa, colocamos o chip no tênis e
fomos se alongar na linha de largada... Aquela chuva e toda a energia positiva
que estava em volta, todas aquelas pessoas ali por um mesmo motivo, correr na
chuva.
Antes de darem a largada, olhei bem lá no fundo da rua,
aonde você não via o retorno dos 5km, com toda aquela chuva e pensei “Eu
consigo! Consigo para provar para todo mundo e para mim mesma que eu sou
capaz!” e foi dada a largada! Como não estava preparada fisicamente para a
prova dei uma corridinha bem no começo e isso acabou comigo, comecei a andar
rápido e respirar bem fundo, afinal. Já estava no trajeto e não podia voltar
mais. O caminho todo chovendo e batendo aquele vento gelado, as vezes eu dava
uma corridinha leve e voltava a caminhar rapidinho, o namorado me dava
incentivo a cada passo e falava que eu conseguia, as vezes ele saia disparado
na frente, mas ele estava lá me esperando de novo, uma menina de uns 5 anos, de
baixo de um guarda chuva, enrolada em uma mantinha, falou “Vai moça, corre!
Você consegue” Aquilo encheu os meus olhos de lágrima (de novo) e sai correndo
leve.. Quando eu vi onde eu estava eu reclamei “Pô caramba, eu ainda to aqui,
meu Deus eu corri/andei rapidinho e estou aqui” Um dos caras da organização me
incentivou, “Vai corre que você consegue, só faltam 3 quadras para o retorno”
foi nessa hora que eu corri mais, quando viu fiz o retorno e continuei correndo
bem leve, no posto de hidratação outra pessoa da organização “Vai Daniela,
corre você consegue, não para” Mesmo meu nome não sendo Daniela, eu parei para
dar uma risada e corri de novo, aliás quem estava correndo era eu para dar
orgulho para a Daniela. O retorno foi mais rápido, não sei se eu corri mais.
Mas logo consegui ver a chegada. Corri mais e mais, quando eu passei olhei para
cima 46 minutos. Passei, acabou eu consegui! Peguei a minha medalha, com
algumas frutinhas e um isotônico que ganhamos e logo coloquei a medalha toda
orgulhosa no pescoço. Afinal eu consegui, pode parecer pouco, para alguns. Mas
eu deitei na minha cama de noite com o dever cumprido. Peguei a bolsa no guarda
volume e voltei para a moto, eu até queria voltar para a balada, mas a bolsa
estava pesada com frutas e isotônicos.
Fomos embora, felizes e satisfeitos. Percebi que sou abençoada por ter
um namorado como esse, que me incentiva e sempre me deixa para cima.
Pegamos gosto pela corrida e iremos começar a treinar para
as corridas de rua.
O post foi gigantesco eu sei cansativo eu sei. Mas eu tinha
que relatar tudo isso do começo ao fim. Corri com o nome de outra pessoa, mas
estou pronta para correr na próxima com o meu nome e sair feliz da vida. Correr
é muito bom, sentir aquela endorfina passando por todo o seu corpo, isso é bom
de mais. Mas ter aquele gosto de vitória e aquela vontade de gritar e falar!
“EU CONSEGUI!” é muito bom.
Tenta correr um pouco qualquer dia desses, mas essas
corridas de rua, possuem uma vibe muuuito boa. Pode testar!
|
Meu maior orgulho, cada dia eu olho para ela e penso"Vai que vc consegue" |
Beijos, Jennyfer.